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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Maria fulorzinha(cumadre)

                “Maria fulorzinha”

     Era uma menina bem pequena, de cabelos lisos e de tão longos, arrastavam aos seus pés. Era uma figura horrenda, asquerosa. Ela aparecia na mata do estado, situada em João Pessoa PB.
     Contavam os antigos moradores, que essa menina, vivia assombrando todos aqueles lenhadores carvoeiros que costumavam buscar a lenha para o devido trabalho.
    Para quem conhece o “curupira”, a estória é quase semelhante.
    Diziam que Maria fulorzinha morava na mata. Contam que ela assoviava   bem fino, se uma pessoa ouvisse o assovio de longe, era porque ela estava perto e se ouvisse perto, era porque ela estava longe. Quando alguém topava com ela, assustava e entrava em pânico, pelo o poder que ela tinha de hipnotizar a vítima.Tinha os  cabelos longos, aparentava sete anos de idade,dentes horríveis, podres, os olhos esbugalhados , a voz asquerosa.  Quando exigia fumo ... Ai de quem não tivesse em mãos! Nem que fosse uma “lasquinha”, do contrário, amarrava a vítima num tronco de árvore, dava-lhe uma surra com os cabelos, até deixá-la inconsciente. No dia seguinte, era achado o corpo, niquelado, desfalecido.ou  morto, amarrado com um cipó num tronco de uma árvore. Nunca se soube, se morriam da surra, ou do medo.

  (obs: existem duas versões desta história: Uma é o nome "cumadre fulorzinha" e a outra "Maria fulorzinha", mudam alguns aspectos, porém, foi assim que eu ouvia contar na minha infância em João Pessoa, Pb

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A "mãe da lua" (comemorando o mês do folclore brasdileiro)


O Urutau é uma ave noturna que, quando a lua desponta, solta um grito triste e assustador. Sobre ele, conta-se uma curiosa lenda.

Numa humilde casinha do sertão, vivia com seus pais uma moça muito feia. Naturalmente, por causa disso, não conseguia arranjar um namorado. O tempo passava, suas amigas todas se casaram e ela continuava desprezada.

Mantendo ainda alguma esperança de que lhe surgisse um pretendente - pois, afinal, tinha suas qualidades: inteligente, trabalhadeira e boa cozinheira - adquiriu o hábito de sair à noite para passear pelos campos e bosques.

Certa vez, em um desses passeios, ouviu o tropel de um cavalo que se aproximava. O coração aos pulsos, imaginou que ali vinha o homem que se casaria com ela. Em poucos segundos viu descer de uma cavalo ricamente arreado, um belo e garboso cavaleiro, um príncipe que se aproximou e perguntou-lhe como podia chegar à estrada principal. A moça habilmente procurou cativar o príncipe pela gentileza e ofereceu-se para acompanhá-lo. Apesar de feia, era muito inteligente e foi fácil manter uma conversa agradável com o príncipe que, impressionado e não lhe percebendo a feiura, pois não havia luar, pediu-a em casamento. Mas infelizmente, sua felicidade durou pouco. A lua surgiu, iluminando o rosto da jovem. O príncipe, tomado de grande espanto, inventou uma desculpa para se afastar e se foi. A jovem, que de nada suspeitava, ficou esperando o seu regresso.

Muito tempo depois, uma feiticeira sua conhecida, ia passando e parou para conversar. A moça contou a ela o que acontecera e pediu para ser transformada numa ave e, assim, poder encontrar logo o príncipe. A feiticeira não queria, mas a jovem insistiu tanto que ela acabou concordando. Partiu, então, a jovem, transformada numa ave feia e desajeitada. Percorreu toda a região por várias vezes e nada de avistar o príncipe, que àquela altura, já estava bem longe.

Desolada, a ave - que era o urutau - procurou a bruxa e pediu para voltar à forma humana. Esta, porém nada pode fazer e a pobre teve que se conformar com seu destino de ave feia e triste. É por isso que, quando a lua aparece, o urutau solta aquele grito triste que parece dizer "foi, foi, foi", lembrando o príncipe que fugira da moça feia.

O uratau é um pássaro solitário e de hábitos noturnos que dificilmente se deixa ver. Pousado na ponta de um galho seco,dar nenhum tipo de sinal de vida. O feiticeiro da tribo alegou que Nheambiú perdera a fala para sempre, a não ser que uma grande dor a fizesse voltar a ser o que era antes. Então a jovem recebeu todos os tipos de notícias tristes, a morte de seu pais e amigos, mas ela não dava nenhum sinal, até que o pajé falou "Cuimbaé acaba de ser morto".

No mesmo momento a moça, lamentando repetidas vezes, tomou vida e desapareceu dentro da mata. Todos que ali estavam transformaram-se em árvores fitando a lua e estremecendo a calada da noite, emite seu canto tenebroso assemelhado a um lamento humano. Por este motivo, o povo também o chama de "mãe-da-lua". Seu grito talvez seja o mais assustador de todos, entre as aves. "Meu filho foi, foi, foi..." - interpreta o povo. Por causa de seu grito, o uratau é muitas vezes associado a maus presságios, mas segundo a mitologia tupi-guarani, é uma ave benfazeja.

Segundo a lenda, uma moça guarani chamada Nheambiú, apaixonou-se profundamente por um bravo guerreiro tupi chamado Cuimbaé, que caíra prisioneiro dos guaranis. Nheambiú pediu a seus pais que consentissem o casamento com Cuimbaé. Todos os insistentes pedidos foram negados, com a alegação que os tupis eram inimigos mortais da nação guarani. Não podendo mais suportar o sofrimento, Nheambiú saiu da taba. O cacique mobilizou seus guerreiros na procura da filha e, após uma longa busca, a jovem índia foi encontrada no coração da floresta, paralisada e muda, tal qual uma estátua de pedra, sem secas, enquanto que Nheambiú tomou a forma de um uratau e ficou voando, noite após noite, pelos galhos daquelas árvores amigas, chorando a perda de seu grande amor.

Em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, Câmara Cascudo testemunha que essa ave noturna, de canto agourento, "melancólico e estranho, lembrando uma gargalhada de dor", cercou-se de "misterioso prestigio assombrador".

Coutinho escreve que as penas dessa sinistra ave são um poderoso "amuleto de preservação da castidade feminina". A mesma informação é dada por Câmara Cascudo e Orico, que evocam o testemunho de José Veríssimo, 40, que afirma ser a pele da ave, seca ao sol, que serve de breve contra a luxúria, "curando" as donzelas das tentações do sexo. Bastava que se varresse o chão, a rede ou cama onde a jovem deitasse, para que fosse afastado dali o que pudesse despertar desejos carnais.

O mesmo caráter agourento é atribuído a outra esta espécie de coruja, a "Rasga-Mortalha", esta última - esclarece Câmara Cascudo - tem esse nome em virtude do som que produz o atrito de suas asas, que faz lembrar um pano sendo rasgado.
(Autor desconhecido)
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