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quinta-feira, 26 de maio de 2011

A BARATA ESPERTA


Quem pensar que muitos bichos rasteiros não são inteligentes, se engana...

Era uma vez uma barata, ela se achava  poderosa,divido uma conversa que ela escutou da resistência que as baratas têm sobre determinados inseticidas e seus antepassados resistir até a bomba atômica.
Vivia rondando uma casa limpa. Mesmo  sendo asseada, ela tinha  a certeza que ali iria achar alguma coisa para se alimentar e levar para o buraquinho para seus filhotes. Quem sabe num descuido, algumas migalhas de comida .

Pensava o que fazer para entrar na casa ,já que nas janelas haviam telas, a porta vedada, nos recantos não havia brecha, mesmo assim, ela ficava à observar os movimentos da casa.
 Daí, num descuido de uma janela aberta sem a tela, ela voou, voou  e...
Catabimba!!!! Para o seu desespero, caiu dentro de um vaso sanitário.
Esperneia, esperneia, tudo molhado liso, escorregava...Quando escuta um grito de pavor:

_Aiiiiiiiiiiiiiiiii que horror! Uma barataaaaaaaaaaaaaa no meu banheiro, me acuda!!!!”
Era a dona da casa, gritava não se sabe pra quem, já que só existia ela na casa.
 E saiu as carreiras.Nisso a barata com o susto do grito conseguiu dar um pulo e caiu fora do vaso sanitário.

 De repente viu  a dona da casa que tinha gritado, mais que depressa, a barata vendo ameaçadora uma enorme lata de spray, com a foto dela estampada , tratou logo de fingir de morta, ouviu então a dona falar...”Ah danada, morreu depois de beber tanta água no vaso né? Vou te jogar na cesta do lixo, embrulhada num papel higiênico!”

A barata apavorada nem respirou, nem mexeu suas pernas, nem suas antenas, sentiu-se como uma múmia em volta no papel higiênico.Foi parar mesmo no lugar prometido pela dona da casa, na lixeira do banheiro.
 Passado alguns instantes, ela esperneou, roeu o papel e saiu toda faceira, deu uma volta pela cozinha, achou alguns farelinhos de pão no chão, saiu sem dizer nem um” muito obrigado”    e..                  “ Fuii !!!”
 A dona da casa quando voltou ao banheiro, incrédula, olhou na lixeira...”Cadê a barata morta que estava aqui?”                                             

                                                                                                        (imagens do google)

                                                      Dora Duarte.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Os últimos pau de arara (final)

                                        Parte lll  final
O Tio reclamando com ele, porque não queria perder aquele tão esforçado ajudante:
    
           __Tio José, o senhor arranjará outro até melhor que eu! Acho o que eu já trabalhei  deu para pagar o que lhe devo não é?
          Ele balançando a cabeça negativa respondeu: __duvido, não é sempre que arrumo ajudante responsável. Sim claro! Ainda tens um pouco para receber, mande para a sua mãe!
         __ vou mandar sim, mas quando receber o meu primeiro salário, esse foi quebra-galho!
         __Ah seu mal agradecido, que dizer que isso não era emprego! Riu.
         __Sim claro tio, eu não quis dizer isso, foi muito bom o senhor te me ajudado.

               Começou a trabalhar com muito desempenho, fazia de tudo ali, metia as mãos na massa, lavava salão, recolhia lixo, cuidava das mesas, servia no balcão,andava sempre com uniforme branco impecável, era muito eficiente. O gerente  passou a gostar do jeito dele e cada dia que se passava, mas aumentava a confiança nele.
      
              O primeiro ordenado, conforme prometera, tirou uma parte para as suas despesas, e o resto mandou pelo o correio para a sua mãe dar de entrada numa máquina de costura de pedal. Um mês após estava recebendo uma carta da sua mãe agradecendo a ele por tudo e lhe abençoando, pediu para que ele procurasse aprender uma profissão e voltar, era difícil para todos da família ficarem longe dele. Já que eram muito unidos
 Nem sempre as folgas dos amigos caíam no mesmo dia.Quando acontecia raramente,               os três se reuniam para pegar um cinema ou mesmo jogar uma pelada. O Genésio foi logo que arranjou uma namorada, estavam morando junto falando em casar breve. O João Batista estava morando numa pensão no centro e o Brás pensando fazer o mesmo, já que tinha chegado uma nova remessa de conterrâneos na casa do seu tio José, Seu tio sempre acolhia pessoas recém-chegadas, eram os primeiros a vir no novo meio de transportes, a marinete.

                  A solidão se apodera do Brás de jeito, já que passou a morar sozinho num quarto de pensão no centro, perto do Parque D.Pedro.Sofreu muito na época de frio, esteve muito doente com começo de pneumonia, a dona da pensão  o levou  no pronto-socorro, ela se preocupava muito com ele, pois era um bom rapaz. Depois de uns dias ele melhorara bem
                 . Começou a se apossar dele uma saudade imensa de casa, pegava a sua gaita e tocava, procurava tocar músicas alegres, mas nem assim abrandava o sentimento de ausência familiar, sentia desolado, talvez por causa da falta dos amigos conterrâneos. Pensou,”.vou sair por aí e arranjar uma namorada”. E arranjou uma.
          
                 Conheceu A Maria das Graças no Parque da Luz, era uma pernambucana, também fazia pouco tempo que estava  ali na capital, trabalhava de doméstica, namoraram por um bom tempo e um dia sem mais nem menos ela termina com ele. Sofreu, mas pensou, melhor assim depois teria que voltar e a separação seria  bem pior.
             Passou-se alguns anos, ele adquiriu algumas profissões: de confeiteiro, balconista, garçom, motorista já com carta na categoria maior profissional.
            Seus amigos casaram-se, ele não, precisava voltar conforme tinha prometido a sua mãe. A saudade era tanta havia já passado cinco anos. Resolvera voltar

            Enquanto isso, em Pitombeiras, a ansiosa espera da família. D Rosário já com os filhos crescidos o pequeno com seis anos completo “aperriando”[pertubando]a mãe com várias perguntas:
                   __ mamãe como é o meu irmão Brás?
                   __ Um ótimo rapaz, bonito, muito inteligente, moreno parecido com o teu pai
                   __ Ele ficou rico? Ele vai trazer um brinquedo para mim ela vai chegar quando?
                   __Pára Adalberto eu não sei de nada! Só sei que ele vai chegar breve, mas só saberei o dia certo se ele vai mandar telegrama, mas por outro lado , se o  conheço bem , acho que ele vai fazer surpresa!

                  De fato a D. rosário acertara. Brás não mandou telegrama estava voltando a sua terra natal, passando pelos os mesmos lugares, tudo diferente, agora avistava as lavouras, casas, gado, quintais  tudo pela janela da marinete, pagara caro a passagem, mas o pau de arara estava extinto.e mesmo que não estivesse, ele preferiria o meio de transportes mais moderno, pois tinha dinheiro o suficiente para isso e menos dias de viagem, menos de o dobro dos dias que a pau de arara levava.
                  As rodovias eram as mesmas, mas modernizadas. A bagagem não era mais uma maleta, nem um saco e sim três malas gigantes e alguns volumes.Não estava rico como o caçula pensara, mas ganhara dinheiro suficiente para montar o seu próprio negócio. Queria ver alegria nos rostos dois irmãos do pai e da mãe. Para cada um deles alguma coisa especial, até a gaita era nova, mesmo assim guardou a velha. Vez em quando tocava um pouco no caminho, não as canções antigas, e tristes, mas alegres, tais como “São Paulo quatrocentão” de Mário Zan, “Rapaziada do Braz” e” O baião da serra grande”  agradando os passageiros companheiros de viagem. com vivas e assobios para a felicidade do Braz. O motorista anunciou á ultima parada, pois faltavam apenas 3 horas para chegarem. Num restaurante de beira de estrada todos desceram, tomaram o café da manhã. Ele aproveitou e tomou um banho rápido, precisava chegar trocado, limpo e perfumado.

             Era domingo, todos haviam ido á missa pela manhã, estavam tomando café quando ouviram uma buzina de um Ford carro de praça. A rua lotada de gente,  era raro um carro assim na porta de uma casa pobre, ainda mais daquela família tão humilde. Todos correram para calçada surpresos incrédulos. Desceu Brás com calça de tergal de vinco, uma camisa de linho branca, sapatos pretos brilhantes, cabelos  feito um topete com brilhantina e óculos escuros:
              __Mamãe não está me reconhecendo? Eis aqui o teu filho de volta ao lar!

              __Meu filho me dê um abraço! Como estais bonito e robusto! Nem parece aquele franzino rapaz que saiu daqui!
              __Papai venha cá também, depois abraçarei um por um dos meus irmãos!
              __ Meu filho como tu mudaste ficou um homem graúdo e elegante!
    
                 E assim foi abraçando com ternura a cada irmã, cada irmão, colocando o caçula no colo falou:

                          
                 __E  tu, já és uma rapazinho, já ajuda a mamãe?
                 __Sim Brás, tu és que nem eu imaginava, muito alto!
                       Ele começou a abrir as malas e distribuir os presentes para a família toda
                        Para a mãe, enxoval de cama mesa e banho vestido e sapatos, para o pai um rádio de madeira. um despertador e um relógio de bolso, para as irmãs e irmãos maiores, roupas , calçados e perfumes.Todos agradeceram
                 O seu irmão encostado a ele foi logo dizendo: __Quero ir para S.Paulo também!
                 __Nada disso tu vais trabalhar comigo, nada de ir para lá, já temos como sobreviver aqui ta? Disse o Braz.           
                __Adivinha o que te trouxe para o meu mano caçula? Uma roupa um par de sapatos e um ônibus de brinquedo!
                   __Oba, eu nunca tive um desse, só brinco com carrinho de madeira e bola de meia!
                  __  Meu  filho em nome de todos eu agradeço por tudo, mas não precisava exagerar já que tens que montar o teu próprio negócio!
              
                      __Não se preocupe, tenho economizado todos esses anos para isso, e Deus me ajudou muito!
                      __Claro, desde quando cumpriste a promessa, de mandar o primeiro ordenado, para comprar a máquina de costura, Deus te recompensou muito!E vai recompensa-lo por toda  vida.
                     Assim o Brás montou seu próprio negócio, prosperou muito fazendo aquilo que ele mais gostava, pães e doces, numa belíssima padaria sem igual concorrência.
                 

                           FIM.

             

                                          Dora Duarte

domingo, 1 de maio de 2011

Os últimos pau de arara (parte ll )


                                           Parte ll
_Reze muito assim como eu vou rezar e que Deus te acompanhe e te faça muito feliz. E não esqueça de estar sempre me mandando notícias!


                 Estrada longa empoeirada, sem fim, sol ardente.Nas primeiras horas de viagem o silêncio dos “paus” de arara era quebrado pelo o ronco do caminhão, que parecia um gemido.Iam ficando para trás, primeiro terras infértil,  gado magro, casas de palhas, ou de   taipas, casas de reboco mal  caiadas faltando um pedaço, com meninos barrigudos nos terreiros embranquecidos , mulheres sentadas na porta de sua casa, catando piolho na cabeça de sua filha. Cenário triste de um povo sofrido e castigado pela seca. Depois a paisagem muda para vastos canaviais.

              De repente o silêncio é quebrado pela freada do caminhão para que todos desçam para o almoço coletivo, feito na sombra de um arvoredo, ou debaixo do caminhão. Cada um abriu seu saco, comeu primeiro a farinha com a carne assada, poupando para que desse para os dez dias ou mais de viagem, trocaram uns com os outros , rapadura, doces e assim foram- se familiarizando e se tornando unidos com os mesmos ideais na cabeça, uma nova vida!
          
             Novamente o caminhão pegou a estrada. Começaram a conversar entre si, o Braz tirou a gaita da sua mala e começou a tocar, sabia várias músicas alegres, mas não sabia porque lembrou naquele exato momento das canções que sua mãe cantava no roçado e dos assobios do seu pai, um nó na garganta  uma saudade lhe fez tocar elas, doeu mas conseguiu!

             Anoiteceu, só  avistaram escuridão, todos ali já estava ciente que dormiria como pudesse, pois as pensões de beira de estrada eram caras, ninguém ali podia pagar.

Uns deitaram em cima da lona, outros armaram redes debaixo do caminhão e foi lá que os três amigos se alojaram, só o João Batista tinha levado rede.Eram os mosquitos picando, um sono inquieto, mas vencido pelo cansaço abavam dormindo.


     Assim foram dias e noites de sofrimentos. Atravessando vários estados do nordeste, cruzaram o rio S.Francisco, entre Alagoas e Sergipe, enfrentaram chuva, sol e vento. dias quentes, noites frias principalmente na região de Minas Gerais  primeiro estado do sudeste a passarem rumo á S.Paulo.

                 Finalmente, depois de cruzarem o estado da Guanabara, chegam no estado de São Paulo. O  caminhão pau de arara parou,  como de costume toda vez que ia e vinha, na cidade de Aparecida, para todos visitarem a igreja de N.S. Aparecida padroeira do Brasil, não poderia deixar de visitar a cidade de grande romaria pelos os brasileiros devotos da padroeira. Foram momentos de devoção e oração, assistiram a missa, todos almoçaram aquele resto de farinha e carne já velha, mas ainda dava para alimentar, outras comidas tinham acabado, teria que agüentar, que poupara ainda tinha sobrando, quem não estava por fim.

            Chegaram na maior metrópole do país, olhos espantados em todas direções, não podia imaginar como seria a vida naquela imensidão de prédios, casas, carros indo e vindo.
 Desembarcaram numa praça no Bairro da Luz, onde o tio do Braz os esperava.

            __Até que enfim não é Braz?
            __A bênçâo tio José
             __Deus te abençõe, nem preciso perguntar se fez boa viagem, já sei como é horrível, porque passei por tudo isso!
            __É mesmo, estamos moídos. Trouxe os meus amigos para tentar também nova vida aqui, podes os abrigar na sua casa,  por um tempo provisório?
           __sim claro, a casa é pequena, mas o coração é grande!
           __Vamos lá, vamos  todos no meu caminhão que está estacionado do outro lado da praça ,quero dizer no que estou trabalhando , caminhão de frete, já estou  juntando dinheiro para comprar o meu próprio, só estou precisando de um sócio, quem sabe tu arrumas um emprego logo e me ajudas a pagar?
           __Sim tio com certeza!

             Bairro da Lapa era lá que o seu tio morava, numa casa geminada de uma vila muito. Moravam juntos, a mulher e dois filhos paulistinhas, pequenos um de três anos e outro de quatro. A casa só tinha um quarto, uma cozinha e uma sala grande, era lá que os três amigos iriam dormir, em redes.

                 Descansaram dois dias e logo foram procurarem emprego com ajuda do seu tio.Chegaram no centro, próximo avenida S. João, olhos atentos e admirados ao ver tudo aquilo, olham para cima dos arranha-céus, atravessam ás esquinas medrosos de serem atropelados, visitam praças, seu tio com uma câmera fotográfica que já tinha adquirido tirou fotos nas praças e ruas, visitou a galeria Preste Maia, aonde aqueles matutos assustados, tentaram e conseguiram subir naquela escada rolante, O João Batista quase desequilibrou e rolou de ponta cabeça, se não fosse o apoio do seu José que já havia se acostumado. Ele fez todo aquele percurso, para eles aprenderem as mesmas coisas que ele tinha aprendido.O próximo passo dos novos emigrantes, era procurar emprego no centro, nos bares, ou restaurantes, era o comércio, que mais empregava de imediato, ou então a construção civil. Eram os nordestinos que ajudou S.Paulo crescer de tamanho e altura, com a sua mão-de-obra mesmo sem qualificação.
                   Logo os três aprenderam a andar de ônibus do bairro da Lapa ao Centro da cidade. Um a um foi conseguindo um emprego. Quem apresentou os dois aos respectivos empregos, foram os visinhos de seu José que trabalhavam lá e arranjou para  eles. O João Batista no restaurante  Sopão a tradicional sopa da rua  S. João, o Genésio, numa lanchonete próxima, o Braz estava sendo ajudante de caminhão junto com o tio,mas não queria aquilo, queria uma profissão  que lhe desse futuro e pudesse um dia voltar e montar um negócio.Estava com o tio provisoriamente, até poderia fazer sociedade na compra do caminhão, mas só entrando com o dinheiro.
             
              Um belo dia quando fazia entrega de um frete de farinha de trigo numa grande confeitaria, dessas que serve chá da tarde, bufet e rotisseria  viu uma placa “Precisa-se de ajudante geral”. Não pensou duas vezes, entrou lá para se identificar e dizer que estava interessado. Saiu todo contente quando o gerente falou para ele no dia seguinte cedo, vir até ali. Saiu muito contente até assobiando...
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