Páginas

Seguidores

domingo, 29 de julho de 2012

Pedro Malazarte


                         Pedro Malazarte evitou que" o mundo desabasse..."








Em certa altura deu-lhe vontade de verter água (fazer xixi). Encostou-se a um grande paredão pertencente a uma bonita casa. E, quando estava no melhor, apareceu o dono da chácara muito zangado  a perguntar-lhe quem lhe tinha dado ordem para fazer aquilo.

Pedro disfarçou e respondeu:

-Ah! Meu senhor, desde manhã que estou aqui encostado, sem comer nem beber só por causa dos outros.

-Por causa dos outros? Então como lá é isso?

-Estou escorando o mundo.

-Você está doido!

-Pois é verdade patrão! Vinha eu caminhando quieto, mas quando cheguei neste lugar, me pareceu a figura de um anjo que veio descendo do céu e que me disse essas palavras:

- Por ordem do senhor Deus o mundo vai acabar à meia noite de hoje.

- Imagine o susto que não levei! Mas o anjo me aquietou:

-Há um remédio para evitar isso: é encontrar alguém que escore este muro, desde este momento.

- Só por isso não seja a dúvida, respondi, vou cortar uma estaca...

- Não, não há tempo. Antes de um minuto o muro deve estar escorado. E me empurrou para aqui onde me acho, sem poder arredar o pé, pois se saio o mundo vem abaixo.

-Deverás!

-Ah! Se o patrão me fizesse o favor de tomar o meu lugar enquanto eu vou ali no mato cortar uma escora, tudo estava arranjado, mesmo porque, se eu ficar por mais tempo, não resistirei e, com a minha morte, o mundo virá abaixo e ninguém escapará.

O homem pensou e resolveu tomar o lugar de Pedro, que prometeu voltar logo com a escora, e até hoje está sendo esperado.




terça-feira, 17 de julho de 2012

Eu nasci assim Gabriela " prosa"

                                                                      imagem emprestada do google

                                  “Eu nasci assim eu cresci assim GABRIEELA...”
                                                              prosa


E por falar em Gabriela e revê-la num novo remake, por sinal muito bem representada na  pele de Juliana Paes, me fez voltar num tempo atrás,ri sozinha, lembrando deste caso que vou narrar agora:

            Joãozinho meu cunhado, casado com a minha mana Lúcia,(hoje já falecido), não era chegado a novelas, mas esta GABRIELA com Sônia Braga na década de 80, ele adorava. Religiosamente não perdia nenhum capítulo. Era apaixonado pelos belíssimos cabelos dela, até porque era fissurado, chegado mesmo em  uns cabelos longos, vivia enchendo o saco para Lúcia não cortar o dela, mas, coitada da minha irmã ,não conseguia deixá-los crescer, eram pouquinhos e crespos.

Evidente que não assistia a novela somente pelos cabelos da Gabriela, era tudo o que envolvia o personagem: sua beleza s cor morena jambo, sua fala sensual, tudo mesmo. Só uma coisa lhe “mordia” o cérebro, um ciúme louco, quando ela beijava e se esfregava no seu Nacib,interpretado por (Armando Bogus), não admitia uma mulher bonita como ela ficar com um homem que ele achava asqueroso e feio. Cá pra nós,em matéria de beleza, o meu cunhado não ficava pra trás. Mas, mesmo assim assistia fielmente todos os dias .

Numa noite em que rolava um capítulo com cenas explícitas, onde os dois personagens apareceram nus no maior rala e rola, o Joãozinho ficou nervoso, ele que tinha o pavio curto, nem era curto, era curtíssimo. Estava ele com o copo de café quente que a esposa acabara de servi-lo, vendo-o àquela cena, irritou-se,não pensou duas vezes: com raiva, atirou o copo de café no televisor.

 E agora seu João?! Exclamou a minha irmã: queimou a TV, quebrou o copo, derramou o café quentinho e fresquinho, um bom tempo sem ver a  novela,bem feito! Prejuízo de pagar o conserto,  demora  em voltar da assistência técnica, ou seja, castigo de uns dias sem ver Gabriela, cravo e canela.



Dora Duarte

terça-feira, 10 de julho de 2012

A SEMENTE


                                

Um belo dia de sol, mas com um vento sul medonho, subi a Rua João Mota Espezim, apressadamente, pois já estava atrasada para um compromisso importante.


                De repente, vi uma coisa estranha, marrom brilhante, rolando sobre o asfalto, carregada pela força do vento. Não queria parar pelo o motivo já citado e por causa da ventania muito forte daquela de arrepiar tudo. Só que a curiosidade falava mais alto. Resolvi correr atrás daquele objeto estranho.


            Depois de uma carreira doida em zig-zag, finalmente alcancei “aquilo”. Era uma semente grande, com cuidado apanhei com as duas mãos, as fechei  e abri em seguida. Foi tamanha a minha surpresa em perceber que ela tremia e tinha os olhinhos que piscavam para mim.


            Comecei  falando , fazendo-lhe dezenas de perguntas como se tivesse a certeza dela me responder e respondia-me sim com os olhos piscando. Daí tive uma ideia e disse à ela:


Para cada pergunta que eu fizer, se for sim, uma piscada, ser for não, duas piscadas. Ela entendeu com uma boa piscada. Assim num diálogo estranho, diferente,  foi uma forma inusitada de comunicação entre a semente e eu. Assim contou-me sua história através das minhas perguntas e as piscadas de olhos:


            “Eu sou uma semente importante, vim carregada elo vento, preciso ser plantada, porque a minha espécie estar em extinção. Cortaram minha mãe,o tronco,meus irmãos,os galhos e minhas irmãs, as sementes ,pegaram para artesanato. Somente eu escapei, mas foi carregada pelo vento “.


            Pediu-me para replantá-la, regá-la, cuidar bem para que ela pudesse sobreviver.


            Foi assim que eu entendi e foi assim que a plantei no jardim do Conselho Comunitário. Imaginei que, ela é uma semente especial, filha da árvore que deu o belíssimo nome da nossa mãe pátria. Acredite se quiser.



                      Dora Duarte

                

Copyright © 2011 CONTA CONTOS ENCANTADOS.
Template customizado por Meri Pellens. Tecnologia do Blogger