Relato
Aconteceu há muitos
anos, num povoado pequeno , era de costume tanto soltar balão, como ir às novenas
de época dos santos juninos. Simplesmente soltavam, não sabiam o paradeiro e
nem se importavam para onde iria aquele imenso balão, nem muito menos se ouviam
falar de incêndio.
Certa noite sem ser de
lua crescente ou cheia, de uma escuridão profunda, aquele povo com lamparinas
nas cabeças para iluminar a única estrada que dava acesso ao um caminho de uma casa, onde aconteceria o
último dia da novena de Santo Antônio, mesmo sendo noite de acender as fogueiras
de São João, clarão só nos terreiros das casa.
A estrada por onde o
povo caminhava, era deserta, tinha um cemitério, famoso por muita gente falar que
aparecia alma penada. Naquela escuridão, nenhuma vela acesa, mas a “procissão”
de lamparinas nas cabeças passavam. A maioria mulheres com seus filhos
segurando as barras da saias das mães.
Depois dos festejos,
encerramento da novena, aquele povo volta pela mesma estrada
De repente com a
luminosidade precária das lamparinas se enxergou um pouco lá na frente, um
vulto que parecia um gigante, negro, sem braços , sem cabeça, ,nem pernas, era
como se fosse uma imensa barriga que se mexia, rolava, subindo e descendo.
O susto foi coletivo,
ninguém tinha coragem de seguir com aquele “monstro medonho”, o medo era maior,
até porque era em frente ao cemitério, . Parados ali estáticos, o àquelas
mulheres, alguns homens e crianças entreolharam-se. Alguém perguntou quem se
arriscaria seguir em frente. Rumores, choros, gemidos surgiram, mas atitude que
é bom, não apareceu por alguns minutos.
Até que um menino
aparentando uns onze anos, poderia ter ,porém, era muito franzino, calado correu
à frente, num impulso avançou em direção àquela coisa, atracou-se à ela e o
mistério foi desvendado: era um balão colorido imenso que havia caído, parecia
negro por causa da escuridão.
Dora Duarte