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terça-feira, 10 de julho de 2012

A SEMENTE


                                

Um belo dia de sol, mas com um vento sul medonho, subi a Rua João Mota Espezim, apressadamente, pois já estava atrasada para um compromisso importante.


                De repente, vi uma coisa estranha, marrom brilhante, rolando sobre o asfalto, carregada pela força do vento. Não queria parar pelo o motivo já citado e por causa da ventania muito forte daquela de arrepiar tudo. Só que a curiosidade falava mais alto. Resolvi correr atrás daquele objeto estranho.


            Depois de uma carreira doida em zig-zag, finalmente alcancei “aquilo”. Era uma semente grande, com cuidado apanhei com as duas mãos, as fechei  e abri em seguida. Foi tamanha a minha surpresa em perceber que ela tremia e tinha os olhinhos que piscavam para mim.


            Comecei  falando , fazendo-lhe dezenas de perguntas como se tivesse a certeza dela me responder e respondia-me sim com os olhos piscando. Daí tive uma ideia e disse à ela:


Para cada pergunta que eu fizer, se for sim, uma piscada, ser for não, duas piscadas. Ela entendeu com uma boa piscada. Assim num diálogo estranho, diferente,  foi uma forma inusitada de comunicação entre a semente e eu. Assim contou-me sua história através das minhas perguntas e as piscadas de olhos:


            “Eu sou uma semente importante, vim carregada elo vento, preciso ser plantada, porque a minha espécie estar em extinção. Cortaram minha mãe,o tronco,meus irmãos,os galhos e minhas irmãs, as sementes ,pegaram para artesanato. Somente eu escapei, mas foi carregada pelo vento “.


            Pediu-me para replantá-la, regá-la, cuidar bem para que ela pudesse sobreviver.


            Foi assim que eu entendi e foi assim que a plantei no jardim do Conselho Comunitário. Imaginei que, ela é uma semente especial, filha da árvore que deu o belíssimo nome da nossa mãe pátria. Acredite se quiser.



                      Dora Duarte

                

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