A cidade de Florianópolis amanheceu de ressaca na
quarta-feira de cinzas. No centro o cenário era devastador. Retalhos de
fantasias rasgadas, plumas, gravata borboleta, sandália estragada pelo samba,
vários acessórios largados ou perdidos no chão, brilhos quase apagado pela
chuva. Alguns transeuntes indos e vindos, trabalhadores que voltavam à rotina
do trabalho, a maioria das lojas, fechadas. Enquanto o banco não abria suas
portas cerradas desde a sexta-feira anterior, para eu pagar as contas,
observava tudo com outro olhar.
Ao olhar para baixo, vi os cães
moradores de rua dormindo, provavelmente com a pança lotadas de sobras de
churrasquinhos de carne, cachorros quentes, sobras estas, dos estômagos cheios dos
foliões. Dormiam sossegadamente, esticados roncando na sombra de uma loja da rua Felipe
Schmidt...Ouvi alguém comentar diante deles:” Eita ressaca! Ontem a farra foi
boa heim?! “ Pensei: cadê os mendigos? O
que será que foi feito deles? Será que a
prefeitura “varreu pra debaixo do tapete”? Nem os pombos como de costumes
estavam no meio do Largo da Alfândega. Será que ensurdeceram com o excesso de
barulho?
Apesar de tanta propaganda na mídia, para não
fazer xixi na rua, as ”casinhas” não deram conta, eram muitas bexigas cheias. Também...Haja cerveja! Haja
lugar para despejar! O mau cheiro com o calor era horrível! Até os varredores estavam atrasados para limpeza.
Olhando para cima, vi a decoração
carnavalesca. Enfeites de pandeiros, mulatas, sambistas, máscaras sorridentes,
confetes, serpentinas. Ao contrário do
Natal, onde as ruas ficaram sem enfeites. Birra do prefeito, sabe como é,final de mandato, a “Prefeitura
não tinha mais verbas”. Nem escolas de sambas desfilaram pelo o mesmo motivo
citado. No entanto para quem brincou carnaval, valeu.
Conclusão: nem só de sambódromo,
divertimentos pagos satisfazem a todos e é feito o verdadeiro carnaval. Foi dito e registrado que, foi um dos
maiores e melhores carnavais de rua de todos os anos, como nos velhos tempos,
onde multidões pularam e brincaram na rua, Um carnaval familiar, sem brigas,
sem gastos excessivos, além de tudo, de graça. O ingresso? A alegria.
Dora
Duarte (Fevereiro de 2013)
Muito boa sua cronica e um carnaval como antigamente é maravilhoso!bjs,
ResponderExcluirGostei do texto Dorinha.
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