Ninguém mais morava naquela casa, somente a solitária d Isadora. Era uma senhora muito apegada com seus sobrinhos que moravam nos fundos da sua casa. Em especial o Cadu, por ser muito brincalhão, meio palhaço, meio menino, meio adolescente. Era ele o braço direito da d Isadora; era muito ativo e prestativo, para recados, para mandados, para arrumar uma antena quebrada lá estava o Cadu trepado na laje da casa da sua tia. Era ele que quando começou aparecer vídeo cassete,a tia ganhara um do seu filho que morava longe de casa. Cadu aprendeu logo á gravar, reproduzir, arrumar a imagem da tv, tudo o menino mais que esperto arrumava, era o xodó da tia, não era somente sobrinho, era também afilhado dela.
D Isadora colecionava bonecas e também tudo relacionado a brinquedos, quando ganhava, guardava com carinho. Um dia trabalhando numa casa como motorista, ganhou um monte de presentes de uma das filhas da patroa, ela desfez devido ser presentes de um ex-namorados, deu á d Isadora. Era um monte de bichinhos de pelúcia; cachorrinhos, gatinhos, ursinhos, sobras de perfumes, caixinhas de música e por aí vai...
Como ganhara dois ursinhos iguais, resolveu dar um ao afilhado sobrinho Cadu, esse apesar dos seus dez anos adorou o ursinho, logo disse “vou chamá-lo de peludo”. Cresceu grudado naquele ursinho dormia abraçado a ele,ficou rapazote de quatorze anos, mas nem assim deixou de lado o peludo, ai de quem o pegasse e zoasse com ele, virava uma fera.
No ano de noventa e quatro exatamente aos dezesseis dias de dezembro, ele se foi para o andar celeste, morreu quase de repente, devido uma queda de skate, escondeu da mãe o acontecido,queixou-se somente de uma dor de cabeça imensa, a mãe levava no hospital, era só medicamento para a dor. quando os médicos diagnosticaram um tumor coagulado no cérebro, já era tarde.
Que dor! Que perda irreparável para os familiares e amigos, principalmente para a mãe que só tinhas dois filhos e para a tia madrinha. Desesperada, inconformada, sentiu muito, chorou muito. No dia do enterro olhava para o céu e chorava, parecia vê-lo rindo acenando com a mão.
Passou-se um ano da morte dele.Sua mãe guardou os seus pertences, inclusive o peludo D Isadora sempre na lembrança, era uma lembrança que iria guardar por vida, mas a vida continuava na sua normalidade.
Ela costumava arrumar suas bonecas e seus bichinhos de estimação, inclusive o “irmão” gêmeo do peludo em cima de um baú de madeira de frente para sua cama. Casa arrumada, casa fechada, pois ela quase não parava no seu lar, ora no trabalho, ora na casa da família.
Um certo dia,chegou em casa, abriu a porta, jogou a bolsa como de costume na mesa da sala e foi para o quarto, acendeu a luz e o que viu...?!
Espantou-se, tomou um susto,chocou-se... Como? Como pode ter acontecido aquilo?
Seria imaginação? Não!!!
Lá estava no chão no meio do quarto, sentadinho como estava no baú,o ursinho irmão gêmeo do peludo,
( Dora Duarte)
Ola minha doce amiga ,que lindo,conto encantador
ResponderExcluiracredito que quem tem sensibilidade para escrever tão lindas paginas para crianças,tem sempre a proteção e a companhia dos anjos,um grande abraço
tenha un lindo final de semana,
meu carinho marlene
Bom dia, querida amiga Dora.
ResponderExcluirAdorei!! A história é triste, mas é linda...
Parabéns pela sua narrativa. Viajei nela... Parece até que conheçi o Cadu, e a doçura do seu ser.
Muito obrigada pela honra da sua visita, e pelo comentário muito gentil.
Um grande abraço.
Maria Auxiliadora (Amapola)
Dora,muito triste mas linda sua história,com final surpreendente!Adorei!Bjs,
ResponderExcluirPassei para lhe dar um abraço.
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